quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Trilogia de Nova York, de Paul Auster

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O escritor estadunidense Paul Auster, faz parte daquela lista de artistas que seguem na contramão do direitismo convervador e sem sal que domina a arte de seu país, desde o fim dos anos 70. (assim como Woody Allen e Philip Roth, para citar alguns pares). E por isso e diversas outras qualidades, tornou-se cultuado internacionalmente. O escritor Daniel Piza uma vez o definiu como "uma espécie de ponte cultural entre Europa e EUA". Seu nome surgiu com força no meio cultural com A TRILOGIA DE NOVA YORK, com os 3 contos; Cidade de Vidro, Fantasmas e O Quarto Fechado (difícil definir qual é o melhor). Mistura de policial detetive com filme noir, repleto de referências que vão do pop ao erudito, com inventividade própria dos grandes escritores. Fica aqui a dica de uma ótima leitura, reforçada por trecho da resenha do jornal "San Francisco Examiner": "A Trilogia de Nova York é simplismente cintilante... Obra de originalidade manifesta - se não de um gênio... Mais do que uma leitura satisfatória, trata-se de um livro eletrizante".

Ganhador do livro "O Divisor de Nuvens"

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A resposta da pergunta é: Spike Lee O ganhador foi: Pedro Barreto Vinhas Abreu É só passar na Moviola com identidade e retirar o livro até o dia 03/01/2010. Parabéns! Acompanhe-nos também no twitter: http://twitter.com/MoviolaLivraria

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

PACOTE DE DVDS PARA O ANO NOVO

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PACOTE DE DVD'S LANÇAMENTOS E CATÁLOGOS (EXCETO 24H): ALUGUE 4 - GANHE +1 - FIQUE 5 DIAS ALUGUE 5 - GANHE +1 - FIQUE 6 DIAS ALUGUE 6 - GANHE +1 - FIQUE 7 DIAS

Promo 1 livro por dia - "O divisor de nuvens" de Russel Banks

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Russel Banks, um dos maiores escritores americanos contemporâneos, mergulhou na vida de uma das figuras mais polêmicas e misteriosas da história dos Estados Unidos para criar sua obra-prima. O divisor de nuvens, narra a história de John Brown, um fanático e violento abolicionista que viveu e lutou pela liberdade na primeira metade do século XIX. Narrado por Owen, o livro é uma recriação do movimento antiescravagista americano da década de1840, que culminou em um banho de sangue no Kansas, antecipando a Guerra Civil que dividiria os EUA. O divisor de nuvens recria de forma fascinante o ambiente político e social da historia americana nos anos anteriores à Guerra de Secessão, quando a escravidão dividia o país. Banks criou uma narrativa atraente, cheia de suspense e repleta de cenas de ação e de vida doméstica. Um romance que faz o leitor se sentir assombrosamente próximo da vida naquela época. Responda a pergunta: Qual o nome do diretor de cinema norte americano conhecido por seus filmes de temática racial? dica: ele acabou de dirigir um clipe póstumo de Michael Jackson. A resposta e o nome completo do participante devem ser enviados para moviola.contato@gmail.com Acompanhe-nos também no twitter: http://twitter.com/MoviolaLivraria Amanhã tem mais!

Ganhador do livro "Visibilidade"

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A resposta da pergunta é: Capitu O ganhador foi: Pedro Barreto Vinhas Abreu É só passar na Moviola com identidade e retirar o livro até o dia 03/01/2010. Parabéns! Acompanhe-nos também no twitter: http://twitter.com/MoviolaLivraria

Box Cassavetes

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Até poucos meses atrás a obra do cineasta John Cassavetes inexplicavelmente se mantinha inédita em DVD no Brasil, ainda que seja frequentemente relembrada em festivais. Felizmente, já está em dvd, cinco dos principais filmes do nome maior do cinema independente dos EUA. Era dos ensaios e dos improvisos filmados com seu pequeno grupo de colaboradores - como os amigos Ben Gazzara e Peter Falk e sua esposa Gena Rowlands - que nasciam os roteiros de Cassavetes. Filmar o espontâneo, desejo muita vezes utópico de todo cineasta influenciado pelo cinema-verdade, era o mote de filmes hoje clássicos como Faces (1968), Mulher Sob Influência (1974) e Noite de Estréia (1977), entre outros. É do filme Noite de Estréia que Almodóvar retira toda uma sequência (a cena do atropelamento da fã) e a coloca em forma de "homenagem" no filme Tudo Sobre Minha Mãe. Rever os intensos filmes de Cassavetes é sempre uma boa pedida! Acompanhe-nos também no twitter: http://twitter.com/MoviolaLivraria

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Promo 1 livro por dia - "Visibilidade", de Felipe Fortuna

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Com humor e visão originais, Felipe Fortuna, em Visibilidade-Ensaios sobre imagens e interferências, escreve sobre temas que já foram notícias de jornal mas que não perderam a sua atualidade mitológica. É assim que a eleição de Cicciolina para o Parlamento italiano permite análises quanto às relações entre poder e erotismo, acerca do eleitorado machista e sobre o mito da fundação de Roma. Por sua vez, o exame das cédulas brasileiras, dedicadas a escritores como Machado de Assis e Mário de Andrade, revela outra perversidade da inflação brasileira: o desconhecimento da relação entre os artistas e o dinheiro. Há ainda um ensaio analisando a surpreendente importância da burrice na História e nos processos políticos. Ao identificar os símbolos que se escondem por detrás das notícias, Felipe Fortuna decifra costumes e hábitos contemporâneos. Como escreve na introdução a Visibilidade, os signos e os mitos sopram onde querem - e não querem morrer. Muitas vezes são sólidos como um provérbio e expressam dimensões aparentes, mas que se tornam subitamente eternas. Responda a pergunta: Qual o nome da personagem feminina mais famosa de Machado de Assis? A resposta e o nome completo do participante devem ser enviados para moviola.contato@gmail.com Acompanhe-nos no twitter: http://twitter.com/MoviolaLivraria Amanhã tem mais!
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Ganhador do livro "O Processo"

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A resposta da pergunta é: Espinosa A ganhadora foi: Paloma Eustáquio da Silva Moura É só passar na Moviola com identidade e retirar o livro até o dia 03/01/2010. Parabéns!

Ganhador do livro "A Esperança"

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A resposta da pergunta é: Francisco Paulino Hermenegildo Teódulo Franco A ganhadora foi: Mônica Jordão Pinheiro É só passar na Moviola com identidade e retirar o livro até o dia 03/01/2010. Parabéns!

domingo, 27 de dezembro de 2009

Promo 1 livro por dia - "O Processo" de D.W.Buffa

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Nesse thriller de tribunal, o advogado criminalista Joe Antonelli, depois de passar um tempo afastado dos processos, volta a advogar em dois casos de assassinato: primeiro como promotor especial, depois como advogado de defesa. Antonelli é instigado pelo seu colega e amigo juiz Horace Woolner, a atuar como promotor num caso aparentemente sem esperança. O popular advogado Marshall Goodwin é acusado pelo assassino condenado Travis Quentin de tê-lo pago para matar sua esposa, Nancy. Não há testemunhas para corroborar a versão de Quentin, apesar de ele - dias antes do crime - ter recebido de uma femme fatale um envelope selado com dez mil dólares e informações sobre o paradeiro de Nancy. Os insights cínicos de Buffa sobre as exigências da arte da promotoria - a necessidade de acreditar que o acusado é culpado, a urgência em transformar o julgamento numa rancorosa competição com o defensor - conferem às cenas de tribunal maior densidade intelectual e um ritmo de suspense. Minutos após o primeiro caso ser resolvido, Antonelli se oferece como voluntário para defender Alma Woolner, esposa de seu amigo Horace, acusada de assassinar o bissexual e playboy da sociedade, Russell Gray, suspeito de ter sido seu amante. O PROCESSO leva o leitor aos sombrios recessos dos tribunais e aos bastidores das leis e dos crimes, onde quem busca a verdade pode encontrar muito mais do que procura. Responda a pergunta: Qual o nome do famoso detetive criado pelo autor Luiz Alfredo Garcia-Roza para seus romances? A resposta e o nome completo do participante devem ser enviados para moviola.contato@gmail.com Amanhã tem mais!

Bruno-novo filme de Sacha Baron Cohen

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Depois de Ali G e Borat, Sacha Baron Cohen chega ao dvd com "Bruno". O filme tem material suficiente para chocar as pessoas, e desde o primeiro momento em que começa a interpretar a personagem, Sacha Baron Cohen não tem medo das possíveis reações que poderá ouvir por todos os cantos do mundo. Ao longo de cerca 80 minutos somos colocados para um conjunto de situações, perfeitamente adequados a esquetes televisivos só que mais longos, onde Sacha Baron Cohen é a estrela maior num filme em que o conteúdo acaba por ser o mais chocante. Vale a pena conferir!

sábado, 26 de dezembro de 2009

promo 1 livro por dia - A Esperança, de Andre Malraux

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Em junho de 1936, o líder da oposição de direita é assassinado na Espanha, deflagrando uma revolta militar. A guerra civil que se seguiu durou três anos, opondo nacionalistas, religiosos e monarquistas, que controlavam o exército e eram apoiados pelos governos da Alemanha e da Itália, e as forças republicanas, que contavam com a polícia e os carabineiros, além de milícias operárias. Os legalistas eram apoiados por União Soviética, Grã-Bretanha, México e França, e principalmente pelas Brigadas Internacionais, formadas por 35 mil voluntários de 50 países. Um desses voluntários era André Malraux, que um mês após o início do conflito organizou a esquadrilha España que, com menos de vinte aviões, participou de combates no vale do Tajo, em Toledo, Aragão e Málaga. Malraux, que não pilotava, participava das missões como observador e algumas vezes como artilheiro. Depois, passou a atuar como embaixador dos republicanos, inclusive com um périplo pelos Estados Unidos, discursando e recolhendo doações para hospitais espanhóis. Em abril do ano seguinte, retornou à Europa para escrever 'A Esperança', concluído em poucos meses e lançado em dezembro de 1937. O livro ainda daria origem a um filme, de mesmo título, lançado em 1939. Qual o nome do líder dessa revolta militar que se tornaria ditador na Espanha? Mande a resposta e seu nome completo para o e-mail: moviola.contato@gmail.com Neste domingo 27-12, mais um livro!

ganhador do livro "Nau Capitânia"

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O ganhador do livro "Nau Capitania" foi: Salatiel Robson Barbosa de Oliveira Júnior É só passar na Moviola com identidade e retirar o livro até o dia 31-12. Parabéns!

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Dica de Natal: Papai Noel as Avessas

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A idéia central do filme é de Ethan Coen e Joel Coen. Os irmãos Coen partiram da premissa de “um Papai Noel malvado que de repente se transforma” para produzir “Bad Santa”, um dos mais divertidos filmes de 2003 (mas que no Brasil só chegou no final de 2004). Willie (Billy Bob Thornton) é um Papai Noel de shopping bem fora dos padrões. Ao lado do parceiro Marcus (Tony Cox), ele se especializou em um golpe bem interessante: todo final de ano, eles conseguem emprego como Papai Noel e seu assistente elfo em uma grande loja de departamentos e aproveitam o acesso aos estabelecimentos para roubar o local na véspera do Natal. Dirigido por Terry Zwigoff (“Mundo Cão”), “Papai Noel à Avessas” não é nada politicamente correto, mas é muito engraçado! Boa pedida contra os jingles natalinos das TVs!

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Promo “Nau Capitânia” - 1 livro por dia

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Valeu a pena esperar quinhentos anos para saber quem foi realmente o descobridor do Brasil. Pedro Álvares Cabral ganhou sua primeira biografia, escrita não por um português instigado sobre como teria vivido um herói nacional, mas por um brasileiro perplexo com a inexistência de relatos sobre a sua vida. O jornalista gaúcho Walter Galvani, com ajuda da também jornalista Carla Irigaray, passou quatro anos fazendo um imenso levantamento bibliográfico sobre Cabral. Pensando nessa relação entre Brasil e Portugal, a Moviola vai dar um exemplar do livro de Walter Galvani para a primeira pessoa que responder a pergunta: "Qual o nome do novo livro do autor de "Rio das Flores", romance que transita entre Brasil e Portugal?" Mande a resposta e seu nome completo para o e-mail: moviola.contato@gmail.com Neste domingo 27-12, mais um livro!

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

entrevista com Dave Eggers-roteirista de "Onde Vivem os Monstros"

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Dave Eggers foi uma criança impressionável: não viu "O mágico de Oz" até o fim por medo da Bruxa Má do Oeste e tinha pesadelos com os monstros de Maurice Sendak. Ainda assim, devorava os livros do ilustrador, que considera seu "herói de infância" e o inspirou a seguir carreira artística. Por email, Eggers conta que, em sua versão de "Onde vivem os monstros" (veja o trailer do filme no fim deste post), tentou captar o misto de ameaça, melancolia e aventura que define a obra de Sendak. E critica histórias infantis "esterilizadas" que mascaram estes aspectos da vida: "Muitos pais vão longe demais ao tentar proteger seus filhos de todo risco e decepção. Crianças são animais selvagens, precisam fazer descobertas por conta própria". Numa entrevista recente, você disse que "nossa cultura hoje tende a ser superprotetora com as crianças frente a qualquer risco, decepção, medo ou ameaça". E grande parte da boa literatura infantil joga exatamente com isso: risco, decepção, medo, ameaça ("O mágico de Oz", por exemplo, ou quase todo conto de fadas clássico). Você acredita que uma criança superprotegida tem a mesma capacidade de imaginação que outras? Uma cultura superprotetora tem espaço para a boa literatura infantil? DAVE EGGERS: Bem, acho que há lugar para histórias infantis esterilizadas, assim como para outras mais ousadas e honestas. Se uma criança vai responder ou não a determinado tipo de história depende dela e de sua idade. Eu era uma criança impressionável. "O mágico de Oz" me matou de susto; eu não consegui ver o filme — as cores sombrias, aquela bruxa horrenda e seus macacos voadores. Já minha filha adora o filme, e ela tem só quatro anos. Mas acredito que, até certo ponto, as histórias que oferecemos às crianças estão cada vez mais insossas. “Onde vivem os monstros” é muito menos assustador que "O mágico de Oz", eu acho, mas houve tanto estresse sobre nosso filme, e foi tão desproporcional em relação ao que de fato apresentamos. Acho que muitos pais vão longe demais ao tentar proteger seus filhos de todo risco e decepção. Crianças são animais selvagens. Acho que elas precisam de liberdade para vagabundear, fazer descobertas por conta própria, brincar no mato, em cavernas e na lama. Se tudo vem empacotado e esterilizado, as crianças acabam ficando fora de sintonia com o mundo real. Spike Jonze afirmou várias vezes que não quis fazer um filme infantil, e sim um filme sobre a infância. O mesmo poderia ser dito sobre seu romance? Que tipo de infância vocês quiseram retratar? EGGERS: Spike e eu estávamos determinados a escrever algo que fosse sincero em relação à infância, e isso significava retratar honestamente o divórcio na casa de Max. Ele não entende por que seu pai não está em casa e está cheio de sentimentos conflitantes, de raiva, está confuso porque percebe que o mundo não está sob seu controle. Esses são sentimentos comuns a qualquer criança no planeta, mas isso não se vê muito nos filmes ou nos livros. Então Spike e eu tentamos olhar profundamente essa sensação de desamparo que uma criança experimenta, e como seria bom se ela pudesse de uma hora para outra virar um rei — todo-poderoso, ao menos aparentemente. A partir daí, meu livro se distancia um pouco do filme, porque quis colocar um pouco da minha própria infância nele. Assim fui capaz de expandir as cenas de vida caseira e de dar um pouco mais de informação sobre o divórcio, sobre o pai... Muitas coisas que não caberiam num filme. Livros são generosos assim — você não precisa ter a mesma preocupação com a contagem de páginas que tem num roteiro. Você se lembra quando leu "Onde vivem os monstros" pela primeira vez? O que sentiu? EGGERS: Eu tinha três ou quatro anos e achei muito assustador. Acho que na época eu gostava das coisas em preto e branco — ou o personagem era bom ou mau. Mas os Monstros são complexos, e pareciam ter personalidades e motivações tão multifacetadas, que inquietavam um pouco o garoto que eu era. Havia tanta nuance e ameaça em cada criatura que elas me causavam pesadelos. Mas quando fiquei um pouco mais velho, com uns seis anos, comecei a amar o livro, e hoje é um dos meus livros ilustrados favoritos. Você costumava ter fantasias parecidas com as de Max quando era garoto? EGGERS: Eu era uma criança selvagem e fugi de casa uma dúzia de vezes. Brincava muito no bosque e no lago da nossa cidade. Eu acreditava de verdade que era parte animal. E minha casa era um pouco caótica na época, eu não con$entender aquilo muito bem — o caos que os adultos traziam para o meu mundo. Então tudo sobre o Max era muito familiar para mim. Qual foi a importância da obra de Sendak para sua formação como escritor? Você queria ser ilustrador, não? Chegou a mostrar seus desenhos a ele? EGGERS: Maurice é um herói para mim desde a infância — estudei arte e ilustração e queria desesperadamente escrever e ilustrar livros infantis. Conhecê-lo foi uma daquelas raras ocasiões em que um artista legendário mais do que corresponde ao mito. Ao longo de sua carreira, ele nunca se comprometeu; sempre foi sincero consigo mesmo, com sua sensibilidade muito distinta. Para mim, ele é o maior autor de livros ilustrados de todos os tempos. Mostrei meus desenhos a Maurice e ele foi, digamos, educado. Como você se sentiu adaptando o texto de Sendak, que é muito conciso, quase um poema, para um roteiro e depois um romance de 200 páginas? EGGERS: O mais importante foi não tentar impor uma trama ao filme que descaracterizasse o livro. Queríamos que o filme fosse sobre Max e sobre os Monstros como indivíduos, e não que eles servissem de veículos para uma trama grandiosa e desengonçada. Então tivemos que resistir à tentação de exagerar na trama. No livro de Sendak, os Monstros nunca dizem nada, mas no seu romance e no filme você deu a eles um passado e muitos diálogos. Como construiu suas "personalidades"? Quais são as diferenças entre o roteiro do filme e seu romance? EGGERS: Num certo ponto, Spike e eu tínhamos escrito mais páginas de roteiro do que poderiam caber no filme, então achei que um romance seria um ótimo lugar para reunir as cenas que ficaram de fora. Mas então uma coisa estranha aconteceu — quando comecei a escrever o romance, vi que a história seguia outra direção. Era diferente das primeiras versões do roteiro e também do filme. O romance está de acordo com a estrutura geral do filme, e os personagens são quase os mesmos. Muita gente não vai considerar as diferenças significativas. De qualquer forma, decidi que no romance ia passar mais tempo em casa e na escola com Max antes de ele zarpar para a ilha, além de explorar como a sociedade contemporânea lida com uma criança como Max — que tem um lado selvagem dentro de si e a cabeça em chamas. Em prosa podemos entrar na mente dele e passar um tempo ali, visitar seu passado familiar, ver os paralelos entre sua vida em casa e a vida na ilha. Quando ele está na ilha, pude fazer os Monstros pularem grandes alturas e distâncias e criei um incêndio na floresta — o que teria sido muito mais complicado de executar na vida real. Quando eu era criança, todos os garotos eram obcecados pelo fogo, então pensei que essa seria a maior realização para um garoto, chegar numa ilha e impressionar os Monstros tacando fogo numa árvore. No filme, isso teria um efeito muito mais assustador e controverso; Maurice não gostou nada do incêndio na floresta. No livro, porém, funciona melhor. Sendak já disse que a Disney e seus personagens são terríveis para as crianças e afirmou que nossa cultura é "Disneyficada". Você concorda? EGGERS:Adoro muitas das coisas que a Disney fez. Mas acho que o marketing deles muitas vezes é grosseiro e ofensivo. Eles empurram coisas para as crianças de uma forma exagerada, muito intrusiva e manipuladora. Mas no geral acho que fizeram tantos filmes incríveis e diferentes que não se pode aplicar um único adjetivo ("Disneyficado") a tudo. Olhando em retrospecto para todos os problemas que você e Jonze tiveram para realizar o filme, consegue entender por que a história de Sendak, e sua versão dela, encontraram tanta resistência em Hollywood? Houve um momento em que acharam que o filme nunca sairia do papel? EGGERS: Sempre tive fé que Spike ia conseguir fazê-lo, embora não tivéssemos certeza da escala que teria e de qual estúdio estaria envolvido. Tenho uma visão nuançada do processo. Eu sabia que realizar o filme seria difícil, porque ele tinha dois elementos que estão sempre em desacordo: uma visão excêntrica e um orçamento enorme. Acho que todo artista deve ter permissão para fazer o que quiser, mas não acho que investidores sejam obrigados a pagar por isso. Então, quando Spike e eu começamos o processo, e quando eu soube como sua visão do filme era ousada, tive certeza de que teríamos problemas de financiamento. Também soube, felizmente, que seria trabalho do Spike, e não meu, levantar dinheiro para o filme. Pessoalmente, não sou capaz de pedir dinheiro nem de fazer propostas e orçamentos e esse tipo de coisas. É por isso que publico meus livros por conta própria. do globo-online

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

DVD Recomendado: O Edifício Yacoubian (2006)

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Contruído em 1930 no centro do Cairo, o edifício Yacoubian é o vestígio do esplendor do passado. Hoje, através dos caminhos dos habitantes que se cruzam, desenha-se um retrato sem máscaras do Egito moderno, onde corrupção política, organizações islâmicas, rupturas sociais, ausência de liberdade sexual e nostalgia do passado se misturam: o retrato de uma sociedade complexa e plural, surpreendente e atraente.
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