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Caos Calmo (Antonio Grimaldi, 2008)

Baseado no livro de Sandro Veronesi e com roteiro adaptado por Nanni Moretti (que também é o protagonista), "Caos Calmo" é um filme de sensibilidade apurada, que trata de um tema difícil, que em mãos erradas pode torna-se um tanto piegas e brega. Felizmente, o diretor Antonio Grimaldi não caiu na tentação de apelar ao sentimentalismo e desenvolveu o filme de forma simples, poética e bem humorada. Moretti entrega uma atuação na medida, sem abrir mão da ironia. O tema é a perda de alguém que se ama e o dia a dia de quem que precisa lidar com isso.(atenção: não é um filme triste!) Venceu três prêmios "David di Donatello", a premiação máxima do cinema italiano: melhor ator coadjuvante, melhor trilha sonora e melhor canção original.

Lars Von Trier gera polêmica em Cannes

O cineasta dinamarquês Lars Von Trier não agradou com seu novo filme "Anticristo", que gerou indignação no público e inaugurou as vaias no festival de Cannes, nesta segunda 18/05. "Não tenho que me justificar, eu faço filmes e este é fruto da vontade de Deus", disse o diretor após a projeção, ao ser questionado por um repórter que perguntou qual era a razão do filme. "Faço filmes para mim e vocês são apenas meus convidados", disse. "Anticristo", protagonizado por Charlotte Gainsbourg e Williem Dafoe, conta a história de um casal que tenta superar a morte de seu filho pequeno, que caiu pela janela enquanto os pais transavam. O método utilizado: trancafiar-se em uma cabana na floresta e enfrentar seus medos. Von Trier, que abordou o sofrimento de perto e quase sempre com bons resultados, como em Dogvile" e "Dançando no Escuro", desta vez propõe uma sessão de sadismo ao espectador sem base artística, o que provocou risos durante os momentos mais importantes do filme e vaias ao final da projeção. Enquanto "Anticristo" não chega ao Brasil, aproveite os títulos disponíveis na Moviola (todos ótimos filmes); Europa, Dançando no Escuro, Dogville, Manderlay, O Grande Chefe e, a série para a TV Dinamarquesa: Rigget.

ADAGIO SOSTENUTO :: Retire seu ingresso gratuitamente na Moviola

ADAGIO SOSTENUTO é o nome do novo longa-metragem de Pompeu Aguiar. Com 104 minutos de duração, o filme foi captado e finalizado em HDCam, entre julho de 2005 e janeiro de 2008, no Rio de Janeiro. Com Dedina Bernardelli, Alexandre Borges e Priscilla Rozenbaum, ADAGIO SOSTENUTO recebeu dois prêmios: o de Melhor Roteiro (Pompeu Aguiar e Paulo Coriolano) no 1st Los Angeles Brazilian Film Festival - 2008, e o de Melhor Atriz (Dedina Bernardelli) na Mostra Competitiva de Longas-Metragens do Festival Ibero-Americano de Curtas-Metragens de Sergipe - 2008. O filme também participou em 2008 do XXIII Festival Del Cinema Latino Americano de Trieste, Itália, sendo o único filme brasileiro selecionado para a mostra competitiva principal. Através da história de amor entre Anna (Dedina) e José (Borges), ADAGIO SOSTENUTO aborda as interseções entre violência urbana e criação artística, natureza e civilização, guerra e paz, vida e morte, abandono e união. Utilizando uma estrutura operística, onde os diálogos se contrapõem com a música, os ruídos, os silêncios e as imagens, o filme tem elevada carga dramática, durante o qual realidade e fantasia se desenvolvem procurando ver o que não pode ser visto, sentir e perceber o inexplicável. Segundo os críticos James P. White e Eduardo Correia (The American Center for Artists), "...a experiência de ver “ADAGIO SOSTENUTO” é tão marcante como estar assistindo a uma ópera (...) a fotografia é maravilhosa (...) o filme inteiro é fascinante (...) é diferente e traz uma nova idéia sobre filmes (...) é incomum a forma com que as cenas são filmadas, como são relacionadas e como se misturam com a música (...) Aguiar dirige com uma singularidade que requer atenção e paciência da audiência, mas lhe retribui com uma recompensa poderosa (...) Aguiar deve ser cumprimentado por criar um filme marcante, que se destaca por sua própria forma. Estamos esperando o próximo". Promoção válida enquanto durarem os ingressos.

Jovem e Inocente (Alfred Hitchcok, 1937)

Esta obra do mestre do suspense, merece uma análise mais atenta. É interessante observar que, ao longo do filme, os adultos agem como crianças e estas comportam-se como adultos. Por exemplo, quando o corpo da vítima é achado na praia, duas testemunhas desatam a chorar quando Robert, que é acusado de homicídio, afirma que elas mentem. Em contrapartida, quando Robert e Erica param numa garagem, é um garoto que enche o tanque do carro, enquanto o pai deste como com a boca cheia. Comporta um dos maiores e mais impressionantes planos da carreira de Hitchcock, quando num movimento panorâmico, a câmera capta de cima o átrio do Hotel até a sala de chá, onde uma orquestra se apresenta, e desce em zoom de uma altura de 50 metros até ficar a 10cm do rosto do baterista, revelando o grande mistério do filme. Esta arrojada proeza de realização foi filmada durante dois dias. A câmera tinha de ser constantemente refocada, até atingir o efeito esperado. Também vale pelas diversas técnicas empregadas; maquetes, cenários, edição inovadora (repare na angustiante cena inicial em que gaivotas são filmadas num tom macabro, talvez uma cena precurssora do filme "Os Pássaros"), e influências do cinema expressionista alemão, escola de Hitchcock. Os extras do DVD trazem um episódio do programa que Alfred apresentava na TV.

Dica de CD: Stefano Bollani / Carioca

Um dos grandes nomes do jazz contemporâneo, o pianista italiano Stefano Bollani, lançou um CD chamado "Carioca" em que interpreta clássicos do cancioneiro brasileiro. Recomendadíssimo na Moviola!