terça-feira, 12 de maio de 2009

Jovem e Inocente (Alfred Hitchcok, 1937)

Esta obra do mestre do suspense, merece uma análise mais atenta. É interessante observar que, ao longo do filme, os adultos agem como crianças e estas comportam-se como adultos. Por exemplo, quando o corpo da vítima é achado na praia, duas testemunhas desatam a chorar quando Robert, que é acusado de homicídio, afirma que elas mentem. Em contrapartida, quando Robert e Erica param numa garagem, é um garoto que enche o tanque do carro, enquanto o pai deste como com a boca cheia. Comporta um dos maiores e mais impressionantes planos da carreira de Hitchcock, quando num movimento panorâmico, a câmera capta de cima o átrio do Hotel até a sala de chá, onde uma orquestra se apresenta, e desce em zoom de uma altura de 50 metros até ficar a 10cm do rosto do baterista, revelando o grande mistério do filme. Esta arrojada proeza de realização foi filmada durante dois dias. A câmera tinha de ser constantemente refocada, até atingir o efeito esperado. Também vale pelas diversas técnicas empregadas; maquetes, cenários, edição inovadora (repare na angustiante cena inicial em que gaivotas são filmadas num tom macabro, talvez uma cena precurssora do filme "Os Pássaros"), e influências do cinema expressionista alemão, escola de Hitchcock. Os extras do DVD trazem um episódio do programa que Alfred apresentava na TV.

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