quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Encontros Moviola - vídeos

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"A OPÇÃO DEMOCRÁTICA CONTRA OS NOVOS FUNDAMENTALISMOS"

Segue o debate completo:

Novos ou velhos fundamentalismos? - Ivana Bentes




A michetagem intelectual - Rodrigo Guerón


A novidade "Marina" e os temas morais - Giuseppe Cocco


Os critérios de valoração moral ontem e hoje. A mobilização das massas e a perda da democracia - Giuseppe Cocco


Daniel Cohn-Bendit, os verdes europeus e o Tea Party - Giuseppe Cocco


O governo Lula e o manejo da potencialidade do capitalismo. A mobilidade plebéia - Cunca Bocayuva


A criminalização do desejo. A mídia e o medo da midia. - Cunca Bocayuva


O centro do setor financeiro internacionalizado. As crises de utopia. - Cunca bocayuva


O exército de salvação do leblon e suas ecobags. O sincericídio de Dilma - Ivana Bentes
A tecnocracia vazia, o "tucanês". - Giuseppe Cocco


Política de princípios X política que defende princípios - Cunca Bocayuva


O censo, os governadores ou os especialistas. Quem vai decifrar o Brasil? - Cunca Bocayuva


A onda Dilma! - Cunca Bocayuva


Marx ou Nietzsche? A organização da periferia - Cunca Bocayuva


A construção do comum. A mobilização dos movimentos culturais da periferia - Giuseppe Cocco


Não dá pra subir mais o tom - Ivana Bentes

OBS

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quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Campanha: Um dia sem Globo!

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OBS

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Os quadrinhos OBS, criação do querido amigo Pedro Franco, agora passam a ser publicados diariamente (ou não) pelo blog. Grandes reflexões filosóficas em pequenos aforismos.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Carta aberta a FHC do professor Theotonio Dos Santos

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Meu caro Fernando

Vejo-me na obrigação de responder a carta aberta que você dirigiu ao Lula, em nome de uma velha polêmica que você e o José Serra iniciaram em 1978 contra o Rui Mauro Marini, eu, André Gunder Frank e Vânia Bambirra, rompendo com um esforço teórico comum que iniciamos no Chile na segunda metade dos nos 1960. A discussão agora não é entre os cientistas sociais e sim a partir de uma experiência política que reflete comtudo este debate teórico. Esta carta assiada por você como ex-presidente é uma defesa muito frágil teórica e politicamente de sua gestão. Quem a lê não pode compreender porque você saiu do governo com 23% de aprovação enquanto Lula deixa o seu governo com 96% de aprovação. Já discutimos em várias oportunidades os mitos que se criaram em torno dos chamados êxitos do seu governo. Já no seu governo vários estudiosos discutimos, já no começo do seu governo, o inevitável caminho de seu fracasso junto à maioria da população. Pois as premissas teóricas em que baseava sua ação política eram profundamente equivocadas e contraditórias com os interesses da maioria da população. (Se os leitores têm interesse de conhecer o debate sobre estas bases teóricas lhe recomendo meu livro já esgotado: Teoria da Dependencia: Balanço e Perspectivas, Editora Civilização Brasileira, Rio, 2000).

Contudo nesta oportunidade me cabe concentrar-me nos mitos criados em torno do seu governo, os quais você repete exaustivamente nesta carta aberta.

O primeiro mito é de que seu governo foi um êxito econômico a partir do fortalecimento do real e que o governo Lula estaria apoiado neste êxito alcançando assim resultados positivos que não quer compartir com você... Em primeiro lugar vamos desmitificar a afirmação de que foi o plano real que acabou com a inflação. Os dados mostram que até 1993 a economia mundial vivia uma hiperinflação na qual todas as economias apresentavam inflações superiores a 10%. A partir de 1994, TODAS AS ECONOMIAS DO MUNDO APRESENTARAM UMA QUEDA DA INFLAÇÃO PARA MENOS DE 10%. Claro que em cada pais apareceram os “gênios” locais que se apresentaram como os autores desta queda. Mas isto é falso: tratava-se de um movimento planetário.

No caso brasileiro, a nossa inflação girou, durante todo seu governo, próxima dos 10% mais altos. TIVEMOS NO SEU GOVERNO UMA DAS MAIS ALTAS INFLAÇÕES DO MUNDO. E aqui chegamos no outro mito incrível. Segundo você e seus seguidores (e até setores de oposição ao seu governo que acreditam neste mito) sua política econômica assegurou a transformação do real numa moeda forte. Ora Fernando, sejamos cordatos: chamar uma moeda que começou em 1994 valendo 0,85 centavos por dólar e mantendo um valor falso até 1998, quando o próprio FMI exigia uma desvalorização de pelo menos uns 40% e o seu ministro da economia recusou-se a realizá-la “pelo menos até as eleições”, indicando assim a época em que esta desvalorização viria e quando os capitais estrangeiros deveriam sair do país antes de sua desvalorização, O fato é que quando você flexibilizou o cambio o real se desvalorizou chegando até a 4,00 reais por dólar. E não venha por a culpa da “ameaça petista” pois esta desvalorização ocorreu muito antes da “ameaça Lula”. ORA, UMA MOEDA QUE SE DESVALORIZA 4 VEZES EM 8 ANOS PODE SER CONSIDERADA UMA MOEDA FORTE? Em que manual de economia? Que economista respeitável sustenta esta tese?
 

Conclusões: O plano real não derrubou a inflação e sim uma deflação mundial que fez cair as inflações no mundo inteiro. A inflação brasileira continuou sendo uma das maiores do mundo durante o seu governo. O real foi uma moeda drasticamente debilitada. Isto é evidente: quando nossa inflação esteve acima da inflação mundial por vários anos, nossa moeda tinha que ser altamente desvalorizada. De maneira suicida ela foi mantida artificialmente com um alto valor que levou à crise brutal de 1999.

Segundo mito; Segundo você, o seu governo foi um exemplo de rigor fiscal. Meu Deus: um governo que elevou a dívida pública do Brasil de uns 60 bilhões de reais em 1994 para mais de 850 bilhões de dólares quando entregou o governo ao Lula, oito anos depois, é um exemplo de rigor fiscal? Gostaria de saber que economista poderia sustentar esta tese. Isto é um dos casos mais sérios de irresponsabilidade fiscal em toda a história da humanidade.
 

E não adianta atribuir este endividamento colossal aos chamados “esqueletos” das dívidas dos estados, como o fez seu ministro de economia burlando a boa fé daqueles que preferiam não enfrentar a triste realidade de seu governo. UM GOVERNO QUE CHEGOU A PAGAR 50% AO ANO DE JUROS POR SEUS TÍTULOS, PARA EM SEGUIDA DEPOSITAR OS INVESTIMENTOS VINDOS DO EXTERIOR EM MOEDA FORTE A JUROS NORMAIS DE 3 A 4%, NÃO PODE FUGIR DO FATO DE QUE CRIOU UMA DÍVIDA COLOSSAL SÓ PARA ATRAIR CAPITAIS DO EXTERIOR PARA COBRIR OS DÉFICITS COMERCIAIS COLOSSAIS GERADOS POR UMA MOEDA SOBREVALORIZADA QUE IMPEDIA A EXPORTAÇÃO, AGRAVADA AINDA MAIS PELOS JUROS ABSURDOS QUE PAGAVA PARA COBRIR O DÉFICIT QUE GERAVA. Este nível de irresponsabilidade cambial se transforma em irresponsabilidade fiscal que o povo brasileiro pagou sob a forma de uma queda da renda de cada brasileiro pobre. Nem falar da brutal concentração de renda que esta política agravou dráticamente neste pais da maior concentração de renda no mundo. VERGONHA FERNANDO. MUITA VERGONHA. Baixa a cabeça e entenda porque nem seus companheiros de partido querem se identifica com o seu governo...te obrigando a sair sozinho nesta tarefa insana.

Terceiro mito - Segundo você, o Brasil tinha dificuldade de pagar sua dívida externa por causa da ameaça de um caos econômico que se esperava do governo Lula. Fernando, não brinca com a compreensão das pessoas. Em 1999 o Brasil tinha chegado à drástica situação de ter perdido TODAS AS SUAS DIVISAS. Você teve que pedir ajuda ao seu amigo Clinton que colocou à sua disposição ns 20 bilhões de dólares do tesouro dos Estados Unidos e mais uns 25 BILHÕES DE DÓLARES DO FMI, Banco Mundial e BID. Tudo isto sem nenhuma garantia.

Esperava-se aumentar as exportações do pais para gerar divisas para pagar esta dívida. O fracasso do setor exportador brasileiro mesmo com a espetacular desvalorização do real não permitiu juntar nenhum recurso em dólar para pagar a dívida. Não tem nada a ver com a ameaça de Lula. A ameaça de Lula existiu exatamente em conseqüência deste fracasso colossal de sua política macro-econômica. Sua política externa submissa aos interesses norte-americanos, apesar de algumas declarações críticas, ligava nossas exportações a uma economia decadente e um mercado já copado. A recusa dos seus neoliberais de promover uma política industrial na qual o Estado apoiava e orientava nossas exportações. A loucura do endividamento interno colossal. A impossibilidade de realizar inversões públicas apesar dos enormes recursos obtidos com a venda de uns 100 bilhões de dólares de empresas brasileiras. Os juros mais altos do mundo que inviabilizava e ainda inviabiliza a competitividade de qualquer empresa. Enfim, UM FRACASSO ECONOMICO ROTUNDO que se traduzia nos mais altos índices de risco do mundo, mesmo tratando-se de avaliadoras amigas. Uma dívida sem dinheiro para pagar... Fernando, o Lula não era ameaça de caos. Você era o caos. E o povo brasileiro correu tranquilamente o risco de eleger um torneiro mecânico e um partido de agitadores, segundo a avaliação de vocês, do que continuar a aventura econômica que você e seu partido criou para este pais.

Gostaria de destacar a qualidade do seu governo em algum campo mas não posso faze-lo nem no campo cultural para o qual foi chamado o nosso querido Francisco Weffort (neste então secretário geral do PT) e não criou um só museu, uma só campanha significativa. Que vergonha foi a comemoração dos 500 anos da “descoberta do Brasil”. E no plano educacional onde você não criou uma só universidade e entou em choque com a maioria dos professores universitários sucateados em seus salários e em seu prestígio profissional. Não Fernando, não posso reconhecer nada que não pudesse ser feito por um medíocre presidente.

Lamento muito o destino do Serra. Se ele não ganhar esta eleição vai ficar sem mandato, mas esta é a política. Vocês vão ter que revisar profundamente esta tentativa de encerrar a Era Vargas com a qual se identifica tão fortemente nosso povo. E terão que pensar que o capitalismo dependente que São Paulo construiu não é o que o povo brasileiro quer. E por mais que vocês tenham alcançado o domínio da imprensa brasileira, devido suas alianças internacionais e nacionais, está claro que isto não poderia assegurar ao PSDB um governo querido pelo nosso povo. Vocês vão ficar na nossa história com um episódio de reação contra o vedadeiro progresso que Dilma nos promete aprofundar. Ela nos disse que a luta contra a desigualdade é o verdadeiro fundamento de uma política progressista. E dessa política vocês estão fora.

Apesar de tudo isto, me dá pena colocar em choque tão radical uma velha amizade. Apesar deste caminho tão equivocado, eu ainda gosto de vocês ( e tenho a melhor recordação de Ruth) mas quero vocês longe do poder no Brasil. Como a grande maioria do povo brasileiro. Poderemos bater um papo inocente em algum congresso internacional se é que vocês algum dia voltarão a freqüentar este mundo dos intelectuais afastados das lides do poder.

Com a melhor disposição possível mas com amor à verdade, me despeço

Theotonio Dos Santos

theotoniodossantos.blogspot.com/

Theotonio Dos Santos é Professor Emérito da Universidade Federal Fluminense, Presidente da Cátedra da UNESCO e da Universidade das Nações Unidas sobre economia global e desenvolvimentos sustentável. Professor visitante nacional sênior da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
 

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Aos que não tiveram acesso à carta de Fernando Henrique segue abaixo seu conteúdo.


CARTA ABERTA DE FERNANDO HENRIQUE CARDOSO A LULA / PT

SEM MEDO DO PASSADO

Fernando Henrique Cardoso

O presidente Lula passa por momentos de euforia que o levam a inventar inimigos e enunciar inverdades. Para ganhar sua guerra imaginária, distorce o ocorrido no governo do antecessor, autoglorifica-se na comparação e sugere que se a oposição ganhar será o caos. Por trás dessas bravatas está o personalismo e o fantasma da intolerância: só eu e os meus somos capazes de tanta glória. Houve quem dissesse “o Estado sou eu”. Lula dirá, o Brasil sou eu! Ecos de um autoritarismo mais chegado à direita.

Lamento que Lula se deixe contaminar por impulsos tão toscos e perigosos. Ele possui méritos de sobra para defender a candidatura que queira. Deu passos adiante no que fora plantado por seus antecessores. Para que, então, baixar o nível da política à dissimulação e à mentira?

A estratégia do petismo-lulista é simples: desconstruir o inimigo principal, o PSDB e FHC (muita honra para um pobre marquês…). Por que seríamos o inimigo principal? Porque podemos ganhar as eleições. Como desconstruir o inimigo?

Negando o que de bom foi feito e apossando-se de tudo que dele herdaram como se deles sempre tivesse sido. Onde está a política mais consciente e benéfica para todos? No ralo.

Na campanha haverá um mote – o governo do PSDB foi “neoliberal” – e dois alvos principais: a privatização das estatais e a suposta inação na área social. Os dados dizem outra coisa. Mas os dados, ora os dados… O que conta é repetir a versão conveniente. Há três semanas Lula disse que recebeu um governo estagnado, sem plano de desenvolvimento. Esqueceu-se da estabilidade da moeda, da lei de responsabilidade fiscal, da recuperação do BNDES, da modernização da Petrobras, que triplicou a produção depois do fim do monopólio e, premida pela competição e beneficiada pela flexibilidade, chegou à descoberta do pré-sal.

Esqueceu-se do fortalecimento do Banco do Brasil, capitalizado com mais de R$ 6 bilhões e, junto com a Caixa Econômica, libertados da politicagem e recuperados para a execução de políticas de Estado.

Esqueceu-se dos investimentos do programa Avança Brasil, que, com menos alarde e mais eficiência que o PAC, permitiu concluir um número maior de obras essenciais ao país. Esqueceu-se dos ganhos que a privatização do sistema Telebrás trouxe para o povo brasileiro, com a democratização do acesso à internet e aos celulares, do fato de que a Vale privatizada paga mais impostos ao governo do que este jamais recebeu em dividendos quando a empresa era estatal, de que a Embraer, hoje orgulho nacional, só pôde dar o salto que deu depois de privatizada, de que essas empresas continuam em mãos brasileiras, gerando empregos e desenvolvimento no país.

Esqueceu-se de que o país pagou um custo alto por anos de “bravata” do PT e dele próprio. Esqueceu-se de sua responsabilidade e de seu partido pelo temor que tomou conta dos mercados em 2002, quando fomos obrigados a pedir socorro ao FMI – com aval de Lula, diga-se – para que houvesse um colchão de reservas no início do governo seguinte. Esqueceu-se de que foi esse temor que atiçou a inflação e levou seu governo a elevar o superávit primário e os juros às nuvens em 2003, para comprar a confiança dos mercados, mesmo que à custa de tudo que haviam pregado, ele e seu partido, nos anos anteriores.

Os exemplos são inúmeros para desmontar o espantalho petista sobre o suposto “neoliberalismo” peessedebista. Alguns vêm do próprio campo petista. Vejam o que disse o atual presidente do partido, José Eduardo Dutra, ex-presidente da Petrobras, citado por Adriano Pires, no Brasil Econômico de 13/1/2010.
“Se eu voltar ao parlamento e tiver uma emenda propondo a situação anterior (monopólio), voto contra. Quando foi quebrado o monopólio, a Petrobras produzia 600 mil barris por dia e tinha 6 milhões de barris de reservas. Dez anos depois, produz 1,8 milhão por dia, tem reservas de 13 bilhões. Venceu a realidade, que muitas vezes é bem diferente da idealização que a gente faz dela”. (José Eduardo Dutra)

O outro alvo da distorção petista refere-se à insensibilidade social de quem só se preocuparia com a economia. Os fatos são diferentes: com o Real, a população pobre diminuiu de 35% para 28% do total. A pobreza continuou caindo, com alguma oscilação, até atingir 18% em 2007, fruto do efeito acumulado de políticas sociais e econômicas, entre elas o aumento do salário mínimo. De 1995 a 2002, houve um aumento real de 47,4%; de 2003 a 2009, de 49,5%. O rendimento médio mensal dos trabalhadores, descontada a inflação, não cresceu espetacularmente no período, salvo entre 1993 e 1997, quando saltou de R$ 800 para aproximadamente R$ 1.200. Hoje se encontra abaixo do nível alcançado nos anos iniciais do Plano Real.
Por fim, os programas de transferência direta de renda (hoje Bolsa-Família), vendidos como uma exclusividade deste governo. Na verdade, eles começaram em um município (Campinas) e no Distrito Federal, estenderam-se para Estados (Goiás) e ganharam abrangência nacional em meu governo. O Bolsa-Escola atingiu cerca de 5 milhões de famílias, às quais o governo atual juntou outras 6 milhões, já com o nome de Bolsa-Família, englobando em uma só bolsa os programas anteriores.

É mentira, portanto, dizer que o PSDB “não olhou para o social”. Não apenas olhou como fez e fez muito nessa área: o SUS saiu do papel à realidade; o programa da aids tornou-se referência mundial; viabilizamos os medicamentos genéricos, sem temor às multinacionais; as equipes de Saúde da Família, pouco mais de 300 em 1994, tornaram-se mais de 16 mil em 2002; o programa “Toda Criança na Escola” trouxe para o Ensino Fundamental quase 100% das crianças de sete a 14 anos. Foi também no governo do PSDB que se pôs em prática a política que assiste hoje a mais de 3 milhões de idosos e deficientes (em 1996, eram apenas 300 mil).

Eleições não se ganham com o retrovisor. O eleitor vota em quem confia e lhe abre um horizonte de esperanças. Mas se o lulismo quiser comparar, sem mentir e sem descontextualizar, a briga é boa. Nada a temer.
Fernando Henrique Cardoso

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Relembrando Darcy

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Nosso grande Darcy Ribeiro estaria completando hoje 88 anos. Muito antes do discurso da "educação" ser incorporado pelos setores mais atrasados da sociedade, Darcy já "batia nessa tecla" de forma contudente e vigorosa. Para ele, toda e qualquer mudança consistente a ser realizada no país passaria por uma ampla revolução na educação. Com esse intuito criou universidades e idealizou os CIEPs, entre outras coisas. Darcy pensava que a possibilidade de existência de uma democracia racial estava vinculada com a prática de uma democracia social, onde negros e brancos partilhariam das mesmas oportunidades sem qualquer forma de desigualdade.
Está fazendo falta! Parabéns, Darcy!!

domingo, 24 de outubro de 2010

O RETIRANTE EXPLICA AO LEITOR QUEM É E A QUE VAI

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- O meu nome é Severino,
não tenho outro de pia.
Como há muitos Severinos,
que é santo de romaria,
deram então de me chamar
Severino de Maria
como há muitos Severinos
com mães chamadas Maria,
fiquei sendo o da Maria
do finado Zacarias.
Mais isso ainda diz pouco:
há muitos na freguesia,
por causa de um coronel
que se chamou Zacarias
e que foi o mais antigo
senhor desta sesmaria.
Como então dizer quem fala
ora a Vossas Senhorias?
Vejamos: é o Severino
da Maria do Zacarias,
lá da serra da Costela,
limites da Paraíba.

Mas isso ainda diz pouco:
se ao menos mais cinco havia
com nome de Severino
filhos de tantas Marias
mulheres de outros tantos,
já finados, Zacarias,
vivendo na mesma serra
magra e ossuda em que eu vivia.
Somos muitos Severinos
iguais em tudo na vida:
na mesma cabeça grande
que a custo é que se equilibra,
no mesmo ventre crescido
sobre as mesmas pernas finas
e iguais também porque o sangue,
que usamos tem pouca tinta.
E se somos Severinos
iguais em tudo na vida,
morremos de morte igual,
mesma morte severina:
que é a morte de que se morre
de velhice antes dos trinta,
de emboscada antes dos vinte
de fome um pouco por dia
(de fraqueza e de doença
é que a morte severina
ataca em qualquer idade,
e até gente não nascida).
Somos muitos Severinos
iguais em tudo e na sina:
a de abrandar estas pedras
suando-se muito em cima,
a de tentar despertar
terra sempre mais extinta,
a de querer arrancar
alguns roçado da cinza.
Mas, para que me conheçam
melhor Vossas Senhorias
e melhor possam seguir
a história de minha vida,
passo a ser o Severino
que em vossa presença emigra.

Morte e Vida Severina
João Cabral de Melo Neto

sábado, 23 de outubro de 2010

Imagens do debate

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Algumas fotos do debate...





...e da cerveja pós debate!



Em breve, os vídeos.


Grande abraço a todos!
Christian.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

SOMETHING

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Raro lado B de um vinil 45 polegadas, do single Think, gravado na Polydor em 1973.
Não existe em CD ou coletânea. George Harrison considerava a melhor versão já feita de sua música. De arrepiar!! Hit me!

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Sexta feira 22/09 - debate: A Opção Democrática Contra os Novos Fundamentalismos

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Informações:

Dia: sexta feira, 22 de outubro - 19 horas.

Local:
Moviola - r.Laranjeiras 280 B / C
Tema: A Opção Democrática Contra os Novos Fundamentalismos

Mesa: Rodrigo Gueron, Giuseppe Cocco, Ivana Bentes e Cunca Bocayuva
Entrada Franca.
Maiores Informações: 2285-8339


Aguardo vocês! Compareçam!

 

Bolinha de Papel - João Gilberto

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Mais atual do que nunca!

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Frases de parede!

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"Faço samba, música para você guardar dentro de si eternamente no seu coração, e não apenas na sua coleção de discos." 
Cartola





terça-feira, 19 de outubro de 2010

Seriado THE WIRE, inédito em dvd no Brasil, agora na Moviola!

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Recebemos a primeira temporada completa da série policial THE WIRE.



A série, muito bem produzida como todas as séries do canal HBO (The Sopranos), trata da cena de tráfico de drogas em Baltimore, a partir do ponto de vista dos traficantes e de diferentes braços da lei e departamentos de justiça (delegacia de homicídios, narcóticos, juízes, FBI, etc).

Diferente da maioria dos seriados policiais americanos, este prioriza mais as situações reais do cotidiano das partes envolvidas, em detrimento das cenas de ação mirabolantes. A violência nunca é glorificada, apesar de também não ser ignorada.
Vale a pena conferir!

OBS: (DVD área 1 / legendas em inglês e espanhol).

GLOBAL: BIOPODER E LUTA EM UMA AMERICA LATINA GLOBALIZADA

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Aproveitando a presença de Giuseppe Cocco na Moviola, no evento da próxima sexta (22/10), segue reedição de um post de janeiro de 2009, sobre um de seus livros, como sugestão de leitura:


Em "Glob(AL)", os italianos Antonio Negri e Giuseppe Cocco, importantes nomes da Esquerda mundial, apresentam um balanço crítico da teoria da dependência na América Latina em face do esgotamento de modelos: crise do projeto neoliberal e impossibilidade de volta do nacional desenvolvimentismo. Os autores propõem uma análise de interdependência e inovação do discurso político e teórico para compreender a realidade latino-americana neste novo contexto.


Editora Record

271 páginas

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Só faltavam eles!

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Oscar Niemeyer, Chico Buarque, Leonardo Boff, Marilena Chauí, Emir Sader e ambientalistas prestigiam evento pró-Dilma em teatro do Rio

" Venho aqui reiterar meu apoio entusiasmado à campanha da Dilma. A forma de governar de Lula é diferente. Ele não fala fino com Washington, nem fala grosso com Bolívia e Paraguai. Por isso, é ouvido e respeitado no mundo todo. Nunca houve na história do país algo assim "
(Chico Buarque, Rio 18 de outubro de 2010)
Confiram a agenda de eventos:
http://flavio-loureiro.blogspot.com/2010/10/dicas-de-agendas-de-campanha-no-rio.html
 

domingo, 17 de outubro de 2010

Artigo e debate

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Vejam o excelente artigo de Giuseppe Cocco publicado hoje pela Folha de São Paulo. O artigo segue abaixo. Aproveito para convidar a todos para o lançamento da revista Lugar Comum, seguido de debate. A Lugar Comum é uma revista teórica e política da Rede Universidade Nômade que foca os temas do capitalismo contemporâneo e das novas formas de luta e resistência. Ela existe desde 1997 e nesse numero 30 de janeiro-abril de 2010 tem artigos sobre Argentina, Venezuela, Yanomami, Biopolítica e teatro.

Informações:

Dia: sexta feira, 22 de outubro - 19 horas.
Local: Moviola - r.Laranjeiras 280 B / C
Tema: A Opção Democrática Contra os Novos Fundamentalismos
Entrada Franca.
Maiores Informações: 2285-8339

Dilma é garantia do processo democrático
GIUSEPPE COCCO

É só no governo de Dilma que poderemos continuar lutando para transformar o crescimento em um outro tipo de desenvolvimento

O medíocre desempenho eleitoral de José Serra nesse primeiro turno é consequência do esgotamento do discurso tecnocrático que, durante a breve hegemonia da macroeconomia neoliberal, tinha funestamente reanimado os mornos interesses das elites brasileiras.
Por trás da hipocrisia deslavada (até com a demonização dos direitos das mulheres), só resta a linguagem insensata do fundamentalismo economicista: o Brasil é um “custo” a ser “cortado”. É a apologia dos meios (cortes dos custos) contra os fins (todos os brasileiros).
A vitória parcial, mas expressiva, de Dilma Rousseff contém muitos dos elementos inovadores desses oito anos de governo Lula: distribuição de renda, políticas culturais, democratização do ensino superior, formidável criação de empregos formais, demarcação das reservas indígenas e, enfim, uma política externa autônoma.
Contudo, na campanha do PT há também acentos do velho adágio: os fins justificam os meios. O crescimento (os meios) não precisa ser pensado, pois é justificado pelo fim (o desenvolvimento): uma siderúrgica se justifica por si.
A candidatura de Marina Silva foi o fato novo quando ela teve a coragem de dizer que os fins e os meios devem estar juntos. Cultura (desenvolvimento) e natureza não devem se opor, mas qualificar-se reciprocamente, na hibridização que eles são: natureza artificial e artifício natural!
Mas o modo como a “onda verde” juntou os jovens urbanos libertários aos piores fundamentalismos foi dramaticamente paradoxal: os meios e os fins acabaram se opondo entre si, de maneira insustentável.
O segundo turno desenha uma nítida alternativa. Por um lado, uma “coalizão dos meios” se apresenta como novo fundamentalismo abertamente reacionário. Seu regime discursivo é aquele do medo.
Não se sabe o preço social que todos pagaremos pelo leilão de paixões tristes (machismo, sexismo, racismo) atiçado pelos que nada têm a propor, a não ser uma virada protofascista.
Pelo outro lado, a “coalizão dos fins” pode se juntar aos meios e tornar-se sustentável diante dos novos desafios.
Se o capitalismo global inclui (explora) os pobres enquanto pobres fragmentos heterogêneos em competição no mercado, os pobres se organizam cada vez mais enquanto diferenças: favelados, negros, mestiços, mulheres, indígenas, quilombolas, gays, lésbicas, sem terra.
É aqui, nos pobres, que desenvolvimento e natureza estão juntos e o voto ecologista mantém sua potência. Para não ser capturada, a novidade da candidatura Marina deve apostar na democrática hibridização do social (“cultura”) e da natureza (meio ambiente), ou seja, na junção da resistência contra a volta da “peste neoliberal” com as políticas dos pobres.
É só no governo de Dilma que poderemos continuar lutando para transformar a quantidade (o crescimento) em qualidade (um outro tipo de desenvolvimento). A sustentabilidade é aquela da mestiçagem das ondas vermelha e verde, para além de e contra os fundamentalismos.

GIUSEPPE COCCO, cientista político, doutor em história social pela Universidade de Paris, é professor titular da Universidade Federal do Rio de Janeiro. É autor, entre outras obras, de “MundoBraz: O Devir Brasil do Mundo e o Devir Mundo do Brasil”.

sábado, 16 de outubro de 2010

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Recebemos essa semana mais uma cerveja especial: LA BRUNETTE, de Porto Alegre.


Espuma cremosa, com sabor de malte e corpo superior. A cor escura é resultante da torrefação da cevada, feita na própria cervejaria e pelos maltes tipo Chocolate, que lhe conferem sabor tostado e notas de café. Não se utiliza caramelo na coloração, como na maioria das cervejas escuras nacionais. Da Nova Zelândia vem, o lúpulo, com exclusividade. Deguste em nosso bistrô ou receba em sua casa!

Sabedoria para Depois de Amanhã

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Três quartos de todas as mentiras vieram ao mundo por meio de suas antíteses.
Friedrich Nietzsche

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

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O que fazer (e o que NÃO fazer) numa crise econômica

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Vídeo-aula do PT endereçado ao PSDB e ao DEM.


Quem fez mais pelo Brasil:

FHC e o PSDB

ou

Lula e o PT?

 

Sejamos sensatos, objetivos e sérios: falar que Lula tem um dedo a menos ou chamá-lo de molusco serão respostas ignoradas. Supervalorizar as faculdades do "doutor" FHC e sua capacidade de poliglota não trarão lucidez à população. Repito: comparando de modo racional, sincero e sem demagogia: quem fez mais pelo Brasil: PT ou PSDB ? Levando em conta que ambos tiveram oito anos de governo. Admitindo, inclusive, que ambos os governos cometeram erros - intencionais ou não - aguardo respostas honestas e sinceras, preferencialmente desprovidas de preconceitos e ironias facilmente perceptíveis.

 

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Debates televisivos

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-O que é importante num debate televisivo?

O senhor Kraus respondeu:

-A riqueza argumentativa perde (por nocaute) para a qualidade do movimento das sobrancelhas. Quantos votos vale um certo franzir do nariz, no momento exato?! Como conhecer a resposta abalaria nossa convicção na democracia – murmurou o senhor Kraus.

Chico Buarque e Leonardo Boff chamam artistas e intelectuais para manifesto por Dilma Presidente, no Rio de Janeiro, dia 18/10

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MANIFESTO DE ARTISTAS E INTELECTUAIS PRO DILMA

Nós, que no primeiro turno votamos em distintos candidatos e em diferentes partidos, nos unimos para apoiar Dilma Rousseff.

Fazemos isso por sentir que é nosso dever somar forças para garantir os avanços alcançados. Para prosseguirmos juntos na construção de um país capaz de um crescimen to econômico que signifique desenvolvimento para todos, que preserve os bens e serviços da natureza, um país socialmente justo, que continue acelerando a inclusão social, que consolide, soberano, sua nova posição no cenário internacional.

Um país que priorize a educação, a cultura, a sustentabilidade, a erradicação da miséria e da desiguladade social. Um país que preserve sua dignidade reconquistada.

Entendemos que essas são condições essenciais para que seja possível atender às necessidades básicas do povo, fortalecer a cidadania, assegurar a cada brasileiro seus direitos fundamentais.

Entendemos que é essencial seguir reconstruindo o Estado, para garantir o desenvolvimento sustentável, com justiça social e projeção de uma política externa soberana e solidária.

Entendemos que, muito mais que uma candidatura, o que está em jogo é o que foi conquistado.

Por tudo isso, declaramos, em conjunto, o apoio a Dilma Rousseff. É hora de unir nossas forças no segundo turno para garantir as conquistas e continuarmos na direção de uma sociedade justa, solidária e soberana.

Leonardo Boff, Chico Buarque, Fernando Morais, Emir Sader, Eric Nepumuceno

Leonardo Boff apóia aliança entre Marina e Dilma

O Brasil está ainda em construção. Somos inteiros mas não acabados. Nas bases e nas discussões políticas sempre se suscita a questão: que Brasil finalmente queremos?

É então que surgem os vários projetos políticos elaborados a partir de forças sociais com seus interesses econômicos e ideológicos com os quais pretendem moldar o Brasil.

Agora, no segundo turno das eleições presidenciais, tais projetos repontam com clareza. É importante o cidadão consciente dar-se conta do que está em jogo para além das palavras e promessas e se colocar criticamente a questão: qual dos projetos atende melhor às urgências das maiorias que sempre foram as “humilhadas e ofendidas” e consideradas “zeros econômicos” pelo pouco que produzem e consomem.

Essas maiorias conseguiram se organizar, criar sua consciência própria, elaborar o seu projeto de Brasil e digamos, sinceramente, chegaram a fazer de alguém de seu meio, Presidente do pais, Luiz Inácio Lula da Silva. Fou uma virada de magnitude histórica.

Há dois projetos em ação: um é o neoliberal ainda vigente no mundo e no Brasil apesar da derrota de suas principais teses na crise econômico-financeira de 2008. Esse nome visa dissimular aos olhos de todos, o caráter altamente depredador do processo de acumulação, concentrador de renda que tem como contrapartida o aumento vertiginoso das injustiças, da exclusão e da fome. Para facilitar a dominação do capital mundializado, procura-se enfraquecer o Estado, flexibilizar as legislações e privatizar os setores rentáveis dos bens públicos.

O Brasil sob o governo de Fernando Henrique Cardoso embarcou alegremente neste barco a ponto de no final de seu mandato quase afundar o Brasil. Para dar certo, ele postulou uma população menor do que aquela existente. Cresceu a multidão dos excluidos. Os pequenos ensaios de inclusão foram apenas ensaios para disfarçar as contradições inocultáveis.

Os portadores deste projeto são aqueles partidos ou coligações, encabeçados pelo PSDB que sempre estiveram no poder com seus fartos benesses. Este projeto prolonga a lógica do colonialismo, do neocolonialismo e do globocolonialismo pois sempre se atém aos ditames dos paises centrais.

José Serra, do PSDB, representa esse ideário. Por detrás dele estão o agrobusiness, o latifúndio tecnicamente moderno e ideologicamente retrógrado, parte da burguesia financeira e industrial. É o núcleo central do velho Brasil das elites que precisamos vencer pois elas sempre procuram abortar a chance de um Brasil moderno com uma democracia inclusiva.

O outro projeto é o da democracia social e popular do PT. Sua base social é o povo organizado e todos aqueles que pela vida afora se empenharam por um outro Brasil. Este projeto se constrói de baixo para cima e de dentro para fora. Que forjar uma nação autônoma, capaz de democratizar a cidadania, mobilizar a sociedade e o Estado para erradicar, a curto prazo, a fome e a pobreza, garantir um desenvolvimento social includente que diminua as desigualdades. Esse projeto quer um Brasil aberto ao diálogo com todos, visa a integração continental e pratica uma política externa autônoma, fundada no ganha-ganha e não na truculência do mais forte.

Ora, o governo Lula deu corpo a este projeto. Produziu uma inclusão social de mais de 30 milhões e uma diminuição do fosso entre ricos e pobres nunca assistido em nossa história. Representou em termos políticos uma revolução social de cunho popular pois deu novo rumo ao nosso destino. Essa virada deve ser mantida pois faz bem a todos, principalmente às grandes maiorias, pois lhes devolveu a dignidade negada.

Dilma Rousseff se propõe garantir e aprofundar a continuidade deste projeto que deu certo. Muito foi feito, mas muito falta ainda por fazer, pois a chaga social dura já há séculos e sangra.

É aquí que entra a missão de Marina Silva com seus cerca de vinte milhões de votos. Ela mostrou que há uma faceta significativa do eleitorado que quer enriquecer o projeto da democracia social e popular. Esta precisa assumir estrategicamente a questão da natureza, impedir sua devastação pelas monoculturas, ensaiar uma nova benevolência para com a Mãe Terra. Marina em sua campanha lançou esse programa. Seguramente se inclinará para o lado de onde veio, o PT, que ajudou a construir e agora a enriquecer. Cabe ao PT escutar esta voz que vem das ruas e com humildade saber abrir-se ao ambiental proposto por Marina Silva.

Sonhamos com uma democracia social, popular e ecológica que reconcilie ser humano e natureza para garantir um futuro comum feliz para nós e para a humanidade que nos olha cheia de esperança.

Leonardo Boff

"Pilatos não pode mais lavar as mãos com sabonete verde. Lamentável que Marina e o PSOL estejam “pensando”. Os que morrem de fome, de pancada, os que foram torturados e mortos, esses não tiveram ......esse confortável tempo para optar. A reação, desde a Comuna de Paris, desde os Espartaquistas, sempre matou mais rápido, enquanto gente do “Bem” pensava..."

EU VOTO DILMA-13


ALDIR BLANC MENDES





E, se você puder, divulgue aos seus amigos do Rio para participarem do ATO POLITICO de entrega do manifesto à candidata, no Teatro CASA GRANDE, dia 18 de outubro, às 20 hs. (Rua Afranio de Mello Franco, 290- Leblon- Rio de janeiro).

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Algo de podre no reino dos Bonner, Frias, Marinho, Gandour... 1989 é logo ali!

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Em época de eleição, a grande mídia não exita em mostrar seus afiados dentes arvorando-se a contribuir com o processo eleitoral,  não da forma que se espera, como espectadora privilegiada e espaço de debates em igualdade de condições para espectros políticos conflitantes, mas empenhada em assustar a população contra candidatos e partidos contrários a seus interesses. Conseguiram êxito em 1989, 1994 e 1998, onde o papelão da Globo na edição do ultimo debate presidencial de 1989, é o exemplo mais nítido e constrangedor.

De lá pra cá, essa partidarização excessiva dos meios de comunicação aconteceu em maior ou menor escala. Os antigos donos do poder engoliram, mas nunca digeriram a eleição de Lula e do PT. Tentaram, mas não conseguiram evitar a eleição (e reeleição) do ex-metalúrgico que desafiou aqueles que imaginavam ser a presidência lugar apenas para a velha aristocracia.

O fato é que Dilma não é Lula. Dilma não tem o carisma nem a popularidade de Lula. Pouco importa suas propostas e idéias. Para os barões da mídia tupiniquim, esse é o momento de retomar o poder que sempre lhes pertenceu e, agindo assim, tornam-se uma grande máfia corporativa. A chamada editorialização da notícia é sua arma mais frequente e, agora, acompanham movimentos mais grosseiros e criminosos. Despedem quem escreve a favor do governo, ocultam informações prejudiciais a determinado candidato, destacam e até criam, como agente ativo, informações prejudiciais a outro candidato. Claro, a equação é sempre a mesma. Prejudicado: Dilma x Favorecido: Serra.

Alguns fatos recentes comprovam meu argumento:

1)Estadão demite Maria Rita Kehl após artigo favorável ao governo Lula.

Os motivos apresentados para justificar a demissão da psicanalista pelo jornal são frágeis e caem já no primeiro questionamento: a circusntância. Há de se convir que a véspera de uma eleição presidencial não é o momento mais apropriado para isso. O segundo argumento (o espaço seria destinado a psicanálise e esse não era o foco dado pela autora nas ultimas colunas) supõe a psicanálise como matéria reduzida e que não pode responder a questões diversas da sociedade atual, como a política. Lógico, nenhuma dessas hipóteses convence. O motivo real explicita o caráter covarde dessa instituição: calar, num momento de debate nacional, uma das partes. Exatamente o mesmo procedimento adotado pela ditadura.


2) A Folha de São Paulo anunciou neste sábado: “O Ministério Público Militar deu parecer favorável à Folha no mandado de segurança protocolado pelo jornal no STM (Superior Tribunal Militar) para ter acesso ao processo que levou Dilma Rousseff à prisão durante a ditadura militar (1964-1985)”.
 
As relações entre o PSDB e a família Frias (donos do jornal) são conhecidas, portanto, nada mais justo que o candidato mande seus aliados difundir as justificativas mentirosas de uma ditadura para prender e torturar a adversária dele. Lembremos que, para prender quem ousava enfrentar o regime (muitos não tiveram essa coragem) era preciso acusá-los de crimes sérios, tais como roubo, assassinato, entre outros.

3)  A Globo (claro, não poderia faltar) tem inúmeros exemplos, o mais recente foi a ocultação de um evento em seu telejornal mais visto, o Jornal Nacional. O que é importante detectar não é a pluralidade na forma de dar uma noticia, mas a negação de um fato, ocorrido sem opção de questionamentos, em favor de um candidato. Vejam a diferença entre Band e Globo.


4) A revista Veja dispensa comentários e exemplos.

Quando perguntado, em sabatina do jornal O Globo, se achava que a mídia estaria ao lado do governo, Serra disse: "Eu não poderia dizer isso. Realmente, acho que a mídia cumpre seu papel".

E que papel...

Assine o manifesto de perplexidade diante do afastamento de Maria Rita Kehl: 
http://www.abaixoassinado.org/assinaturas/assinar/7204


“A mídia é livre, o que não quer dizer que seja boa.” Franklin Martins.


 Por Christian Fischgold.


domingo, 10 de outubro de 2010

Testify - Rage Against The Machine

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Uma das poucas coisas que se salvam neste festival que pega carona na moda ambiental-sustentável é o grupo norte americano Rage Against The Machine.

O cantor do grupo, Zach de La Rocha, é admirador do linguista americano Noam Chomsky (uma das poucas vozes dissonantes na América pós 11/09), e conhecido por suas manifestações políticas, como a que fez contra Joe Arpaio, delegado americano que prendeu centenas de imigrantes, violando direitos civis básicos e gerando inúmeras queixas de discriminação contra a população hispânica, a qual compõe grande parte dos imigrantes indocumentados do Arizona.

Durante o show no Brasil, ele dedicou a música People of the Sun para o Movimento Sem Terra. People of the Sun



Pasmem! Diferente de muitos, de La Rocha pensa e tem idéias próprias que fogem do simples preconceito e da indignação conservadora. Vejam o vídeo abaixo!


 

sábado, 9 de outubro de 2010

Moviola indica > Pelos Meus Olhos (Espanha)

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história de Pilar; uma mulher que, numa noite de inverno, foge de casa levando consigo somente o filho e poucos pertences. Ela sabe que o marido vai procurá-la e isso a deixa apavorada. Ao longo do filme, as personagens vão revelando um fascinante quadro familiar, através do qual saberemos quem é quem e onde os conceitos de lar, amor e proteção se confundem com angústia, dor e medo.
Um filme que aborda o tema da violência entre marido e mulher de forma honesta e realista.

A diretora espanhola Icíar Bollaín já filmou outros três longas, após este, ainda inéditos no Brasil.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

E por falar em censura…

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Maria Rita Kehl é demitida do Estadão após coluna contra o obscurantismo

 
A liberdade de expressão é um direito universal ou só de uma casta? O Estado de S. Paulo, ao que parece, escolheu a segunda opção. O mesmo jornal que informa diariamente aos seus leitores o número de dias que está supostamente sob censura, decidiu enviar ao gulag a colunista Maria Rita Kehl.

Renomada psicanalista, ela mantinha coluna regular aos sábados no jornal. Até que no dia 2 de outubro ousou publicar um artigo intitulado “Dois pesos”. Passados quatro dias, Rita Kehl recebeu um aviso: sua coluna seria extinta. Surpresa, pediu reconsideração. Mais surpresa ainda, deu-se conta de que o assunto já corria pela internet como rastilho de pólvora.

Na quarta-feira 6, ela estava demitida e o assunto era um dos mais comentados pela rede. No dia seguinte, chegou a ocupar o topo da lista dos mais falados pelo Twitter no mundo e manteve a liderança entre os brasileiros.

Para compreender o ocorrido é inevitável ler o texto. É um libelo contra o preconceito disseminado pela internet e comum entre a “minoria branca”, durante as semanas finais de campanha eleitoral. Com a percepção aguçada de psicanalista, desmontava as “correntes” que descreviam “casos verídicos” a comprovar que os programas sociais do governo federal formavam seres vagabundos e incapazes de votar de forma qualificada.

Com argumentos irretocáveis, Rita Kehl concluía seu artigo: “Agora que os mais pobres conseguiram levantar a cabeça acima da linha da mendicância e da dependência das relações de favor que sempre caracterizaram as políticas locais pelo interior do País, dizem que votar em causa própria não vale. Quando, pela primeira vez, os sem-cidadania conquistaram direitos mínimos que desejam preservar pela via democrática, parte dos cidadãos que se consideram classe A vem a público desqualificar a seriedade de seus votos”.

O diretor de conteúdo do Grupo O Estado de S. Paulo, Ricardo Gandour, afirmou à imprensa que não houve censura, mas revezamento de colunistas.

Entendemos que o Estadão, como empresa particular, tem o direito de escolher quem escreve em suas páginas. Fica acertado, porém: o jornal paulista não deve mais se valer do epíteto de publicação independente ou pluralista.

Para ler o texto de Maria Rita Kehl publicado no Estadão, clique aqui.

De Carta Capital.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Vivaldi's Nisi Dominus (Largo) - Andreas Scholl

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Revi esses dias Dogville Confessions, filme sobre o processo exasperante de produção do filme Dogville dirigido por Lars Von Trier (o "Von" é uma piada dele) e lembrei que ele utilizou Vivaldi no filme. Bela escolha pela força dramática da música sacra de Vivaldi.Vejam!

CRF

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Diálogo (um dia antes das eleições)

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-ESSA COISA de ganhar balanço levando voto a todos os espaços e a todos os momentos.
-Estamos no século da democracia: a população deve ter voz sobre todas as coisas.
-Até aqueles cuja voz...
-Até esses.
-Portanto: a população decidia tudo.
-Falava por exemplo de um jogo de futebol.
-Jogo que não passa de uma ditadura dos jogadores.
-O que propõe então é...
-Vou repetir: que a decisão seja dos espectadores do jogo, não dos jogadores.
-Muito bem.
-Em vez de 22 jogadores mais um árbitro decidirem, seriam 30.000 espectadores a fazê-lo. Por voto. É uma grande diferença. É só fazer as contas.
-Só valeriam os votos dos espectadores no estádio?
-Sim.
-É justo.
-E uma excelente maneira de levar as pessoas a ver o jogo. Iriam decidir mesmo o resultado. Valeria a pena a deslocação. Não me parece justo deixar algo tão importante – como o resultado de um jogo – apenas nas mãos (ou nos pés) de menos de duas dúzias de cidadãos.
-Neste caso, designados como: jogadores de futebol.
-Exatamente.
-O resultado dos jogos seria então determinado não por habilidades momentâneas, mas por decisões refletidas da população.
-Parece-me justo. Estamos no século do cérebro e do voto.
...
-Um jogo de futebol decidido pelos votos da população (dos espectadores em particular) e não pelos gols dos jogadores! São alterações como esta que transformam um país pouco desenvolvido num país avançado.
-São.
-Em vez de decisões com o próprio joelho, em vez de decisões deste tipo, musculares, físicas, não cerebrais e não democráticas, passar para decisões alargadas.
-Cada jogo de futebol seria assim uma espécie de referendo.
 -Sim, mas atenção: primeiro teria de se jogar.
-Os jogos fazem falta.
-As decisões seriam depois do jogo – e os indivíduos sérios iriam decidir-se pela vitória de um ou de outra equipe, independentemente dos gols, e não influenciados por paixões que pudessem existir antes, mas sim após uma reflexão lógica sobre o que realmente aconteceu.
-Manter um jogo apaixonante já não é digno de um século onde a racionalidade exige outro tratamento dos acontecimentos.
-Exato.
-Racionalidade e democracia, importância da opinião e do voto de cada cidadão: eis o futebol do próximo século.
-É justo.
-Quanto às eleições para decidir quem governa um país?
-Ah, sobre isso a minha opinião é que se deveria fazer um jogo de futebol à antiga: cada Partido escolhia onze jogadores e a equipe que marcasse mais gols ia para o governo.
-Parece-me sensato e racional.
-Digno deste século.
-Sim. Digno deste século.

Gonçalo M.Tavares.
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