segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Algo de podre no reino dos Bonner, Frias, Marinho, Gandour... 1989 é logo ali!


Em época de eleição, a grande mídia não exita em mostrar seus afiados dentes arvorando-se a contribuir com o processo eleitoral,  não da forma que se espera, como espectadora privilegiada e espaço de debates em igualdade de condições para espectros políticos conflitantes, mas empenhada em assustar a população contra candidatos e partidos contrários a seus interesses. Conseguiram êxito em 1989, 1994 e 1998, onde o papelão da Globo na edição do ultimo debate presidencial de 1989, é o exemplo mais nítido e constrangedor.

De lá pra cá, essa partidarização excessiva dos meios de comunicação aconteceu em maior ou menor escala. Os antigos donos do poder engoliram, mas nunca digeriram a eleição de Lula e do PT. Tentaram, mas não conseguiram evitar a eleição (e reeleição) do ex-metalúrgico que desafiou aqueles que imaginavam ser a presidência lugar apenas para a velha aristocracia.

O fato é que Dilma não é Lula. Dilma não tem o carisma nem a popularidade de Lula. Pouco importa suas propostas e idéias. Para os barões da mídia tupiniquim, esse é o momento de retomar o poder que sempre lhes pertenceu e, agindo assim, tornam-se uma grande máfia corporativa. A chamada editorialização da notícia é sua arma mais frequente e, agora, acompanham movimentos mais grosseiros e criminosos. Despedem quem escreve a favor do governo, ocultam informações prejudiciais a determinado candidato, destacam e até criam, como agente ativo, informações prejudiciais a outro candidato. Claro, a equação é sempre a mesma. Prejudicado: Dilma x Favorecido: Serra.

Alguns fatos recentes comprovam meu argumento:

1)Estadão demite Maria Rita Kehl após artigo favorável ao governo Lula.

Os motivos apresentados para justificar a demissão da psicanalista pelo jornal são frágeis e caem já no primeiro questionamento: a circusntância. Há de se convir que a véspera de uma eleição presidencial não é o momento mais apropriado para isso. O segundo argumento (o espaço seria destinado a psicanálise e esse não era o foco dado pela autora nas ultimas colunas) supõe a psicanálise como matéria reduzida e que não pode responder a questões diversas da sociedade atual, como a política. Lógico, nenhuma dessas hipóteses convence. O motivo real explicita o caráter covarde dessa instituição: calar, num momento de debate nacional, uma das partes. Exatamente o mesmo procedimento adotado pela ditadura.


2) A Folha de São Paulo anunciou neste sábado: “O Ministério Público Militar deu parecer favorável à Folha no mandado de segurança protocolado pelo jornal no STM (Superior Tribunal Militar) para ter acesso ao processo que levou Dilma Rousseff à prisão durante a ditadura militar (1964-1985)”.
 
As relações entre o PSDB e a família Frias (donos do jornal) são conhecidas, portanto, nada mais justo que o candidato mande seus aliados difundir as justificativas mentirosas de uma ditadura para prender e torturar a adversária dele. Lembremos que, para prender quem ousava enfrentar o regime (muitos não tiveram essa coragem) era preciso acusá-los de crimes sérios, tais como roubo, assassinato, entre outros.

3)  A Globo (claro, não poderia faltar) tem inúmeros exemplos, o mais recente foi a ocultação de um evento em seu telejornal mais visto, o Jornal Nacional. O que é importante detectar não é a pluralidade na forma de dar uma noticia, mas a negação de um fato, ocorrido sem opção de questionamentos, em favor de um candidato. Vejam a diferença entre Band e Globo.


4) A revista Veja dispensa comentários e exemplos.

Quando perguntado, em sabatina do jornal O Globo, se achava que a mídia estaria ao lado do governo, Serra disse: "Eu não poderia dizer isso. Realmente, acho que a mídia cumpre seu papel".

E que papel...

Assine o manifesto de perplexidade diante do afastamento de Maria Rita Kehl: 
http://www.abaixoassinado.org/assinaturas/assinar/7204


“A mídia é livre, o que não quer dizer que seja boa.” Franklin Martins.


 Por Christian Fischgold.


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